Sophie Feodorovna Rostopchine (nem tenta falar porque é
difícil mesmo), mais conhecida como:
A CONDESSA DE SÉGUR
LEONINA, nasceu em 1 de agosto, de 1799 na Rússia, na
cidade de São Petersburgo (que já chamou Petrogrado e
também Leningrado).
Filha de Fiodor Vasilyevich Rostopchine e de Catherine Protassov. Seu pai foi prefeito de Moscovo em 1812, e dele partiu a ordem de atear fogo à cidade durante a invasão francesa, a fim de deixar a cidade arrasada para evitar a sua conquista pelos franceses. Posteriormente, por causa disso, sofreu sanções, tendo que fugir com a família até fixar-se na França em 1817. Sophie converteu-se ao catolicismo e, em 1819 casa-se com o Conde Eugéne Ségur, futuro diretor da Companhia Gare de l’Est, indo morar num castelo na cidade de Nuovettes, Normandia. Mas seu marido não habituou-se à vida rural e voltou a residir em Paris, ocasionalmente indo visitar a esposa. Apesar disso, eles têm oito filhos. Levando uma vida reclusa e dedicada exclusivamente aos filhos e, posteriormente aos netos, tornou-se profundamente católica e defensora dos ideais religiosos na educação das crianças e jovens.
Como tudo começou
Em 1833, por meio de seu ministro
Guizot, A França aprovou uma reforma educacional que transformou o ensino
primário, obrigando todos os aldeamentos com mais de 500 habitantes a ter pelo menos uma escola primária. Além
disso, investiu na formação de professores do ensino básico e manteve a
educação religiosa. A Igreja católica, segundo Guizot, seria a única
instituição capaz de “moralizar” os homens, promovendo uma unidade na
sociedade, e por isso foi inserida fortemente na educação básica.
Este cenário favoreceu o surgimento da Sophie de
Ségur escritora . A dedicação aos netos fazia com que ela buscasse histórias
infantis de sua infância para lhes contar, e com o tempo passou a criar suas
próprias histórias, das quais os netos eram, ao mesmo tempo, fontes de
inspiração e ouvintes ávidos. Seu primeiro livro, “Os novos contos de fadas”,
foi publicado quando ela tinha 58 anos, Algumas de suas histórias foram
publicadas em folhetins na revista Semaine
des enfants
Em consonância com o aumento do
controle social do estado, o editor de livros Louis Hachette, já célebre por
editar livros didáticos, inaugura um sistema de vendas de livros populares e
morais nas estações de trem de Paris. A recepção a esses livros foi muito boa,
o que o fez pensar em editar livros infantis.
O editor, então, sendo
apresentado a Condessa de Ségur por seu marido, firmou com ela uma parceria, e passou a editar os livros infantis da
condessa, que se destacavam dos outros por ter a capa rosa – Bibliothèque Rose. O sucesso foi imediato. Incluiam
Essa coleção oferecia uma leitura
de distração e proveito moral. A
Condessa, profundamente católica, escrevia com convicção histórias onde
mostrava um modelo de educação, onde valorizava a bondade, a piedade e a fé
religiosa, falando das relações no universo familiar, contribuindo para a
formação do indivíduo autocontrolado, casando perfeitamente com os objetivos
moralizantes e controladores do governo.
Mas seus livros passavam por um
rigoroso “controle de qualidade”. Seus escritos eram primeiros mostrados aos
filhos e depois passavam por várias mãos, que incluíam os filhos, o exigente
marido e por um funcionário do Ministério do Interior, e tinham plena liberdade
de interferir, caso algo não os agradasse. Isso porque existia uma forte
preocupação com o conteúdo moral destas histórias, não podendo ser publicado
nada que não fosse condizente com a moral cristã ou que levasse a qualquer
questionamento político, já que essa literatura iria atingir um grande público.
O sucesso editoral da Condessa de
Ségur foi enorme, o que lhe assegurou sua autonomia financeira. Sua obra ocupa
lugar de destaque na história editorial francesa.
A condessa pelo mundo
A cultura francesa sempre exerceu
enorme atração sobre os intelectuais de outros países, inclusive no novo mundo.
Esse fascínio favoreceu muito a carreira internacional da Condessa de Ségur. As
primeiras edições em língua portuguesa surgiram em Portugal.
Em fins do século XIX chegam ao
Brasil os primeiros livros da Condessa, e eram vendidos no original francês
pela mais famosa livraria do Brasil na época, a Livraria Garnier, localizada na
Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro e que funcionou entre os anos de1844 e 1934.
Em 1872, a tradução portuguesa do romance Que
amor de criança é editada em Paris e enviada ao Brasil em 1874. As
primeiras edições brasileira da obra de Sophie de Ségur ficaram a cargo da
Editora Francisco Alves, no início do século XX.
Após os anos trinta, com o fim da
exclusividade da Biblioteca Rosa na reedição dos romances e contos da Condessa,
o que possibilitou o aumento de sua difusão. O sucesso no Brasil foi enorme. A
partir dos anos 1970, os títulos passam a fazer parte da coleção Calouro, pouco
a pouco, os personagens e os enredos
ganhando uma certa identidade nacional , assegurando sua aceitação cada vez
maior pelas crianças brasileiras.
- 1856 - Nouveaux Contes de fées (Novos contos de fadas), inclui Histoire de Blondine, de Bonne-Biche et de Beau-Minon, Le Bon Petit Henri, La Petite Souris grise et Ourson.
- 1857 - Les Petites Filles modèles (As meninas exemplares)
- 1858 - Les Malheurs de Sophie (Os desastres de Sofia)
- 1859 - Les vacances (As férias)
- 1860 - Les Mémoires d'un âne (Memórias de um burro)
- 1861 - Pauvre Blaise
- 1862 - La sœur de Gribouille (A irmã do inocente)
- 1862 - Les Bons Enfants
- 1863 - Les Deux Nigauds (Os dois patetas)
- 1863 - L'auberge de l'ange gardien (A Pousada do Anjo da Guarda)
- 1863 - Le Général Dourakine (O General Dourakine)
- 1864 - François le bossu
- 1865 - Un bon petit diable (Um bom diabrete)
- 1865 - Jean qui grogne et Jean qui rit (João que chora e João que ri)
- 1866 - Comédies et proverbes (Comédias e Provérbios), inclui Les Caprices de Gizelle, Le Dîner de Mademoiselle Justine, On ne prend pas les mouches avec du vinaigre, Le Forçat ou à tout péché miséricorde et Le Petit De Crac
- 1866 - La Fortune de Gaspard (A Fortuna de Gaspar)
- 1867 - Quel amour d'enfant! (A menina insuportável)
- 1867 - Le Mauvais Génie (O génio do mal)
- 1868 - Diloy le chemineau (O caminheiro)
- 1871 - Après la pluie, le beau temps (Depois da tempestade)
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